O ex-presidente Lula, a cartolagem do futebol
e um diminuto grupo de empresários ávidos por dinheiro deixaram um
presente de “grego” para a presidente Dilma Rousseff e o país, ao
trazerem para cá a Copa do Mundo de Futebol 2014. Os mentores do evento
erraram feio ao não ouvirem a sociedade se queriam ou não a Copa no Brasil. A cada dia que passa fica mais evidente o descontentamento do povo com a realização do torneio na terra dos pentacampeões mundiais.
Também não é pra menos, tamanho os constrangimentos que o
Brasil já passou, desde sua escolha, pela FIFA (entidade máxima do
futebol mundial), no dia 30 de outubro de 2007. Começou com o chute no
traseiro dado pelo Jérôme Valcker, secretário da entidade, e aí não
parou mais, os puxões de orelha continuam até hoje. Na primeira semana
de março de 2014, a revista francesa “France Football” publicou
reportagem detonando a realização da Copa no Brasil, classificando de
bagunça brasileira as lambanças cometidas pelas autoridades responsáveis pelas obras cobradas pela FIFA.
Quando o Brasil foi ratificado como sede, as autoridades se
apressaram em propagar as vantagens que o evento traria e que o país não
ia gastar recursos públicos para reconstruir os estádios no “padrão
FIFA”. Hoje sabemos que era tudo balela, conversa pra “boi dormir”, que o
diga o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O
que se vê são obras atrasadas e preços reajustados bem acima do previsto
inicialmente.
Naquele momento não passava pela cabeça do ex presidente Lula o
problema que a realização do evento provocaria alguns anos mais tarde. O
governo se preocupou com as arenas e deixou de lado os problemas vitais
do país na área da infraestrutura, saúde, educação e segurança. No ano
passado o clima ferveu nas manifestações populares de junho e julho,
assustando o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. Sem um projeto
concreto para o país, o governo tomou medidas paliativas para acalmar a
fúria que vinha das ruas.
As medidas aliviaram momentaneamente as tensões, uma vez que o
descontentamento popular voltou no início de 2014, puxado pelos
“rolezinhos” dos jovens e adolescentes nos shopping centers das grandes
cidades. Dos espaços luxuosos e refrigerados para as ruas foi um pulo. O
governo está de novo com um enorme ‘abacaxi’ nas mãos para descascar.
Como fazê-lo, não sabemos.
Uma coisa é certa. Fica difícil promover a Copa do Mundo e mostrar o
nosso país positivamente lá fora com o povo enfurecido por aqui. Não tem
jeito de aparecer bonito na imagem com milhões de trabalhadores
espremidos diariamente nos trens, metrôs e ônibus; com a saúde pública
um caos; a educação básica um desleixo; os presídios superlotados
prestes a explodir; com as obras de infraestrutura prometidas para a
FIFA inacabadas e a guerra da polícia com a bandidagem nas grandes
cidades.
Com um Congresso Nacional pífio que só pensa em emendas parlamentares e
reeleição e um governo incompetente, o sucesso da Copa é uma incógnita. A
pesquisa Ibope, divulgada pela Rede Globo, em 22 de fevereiro último,
mostra que só 38% da população brasileira apoia a realização da Copa no
país da “chuteira”. É nesse clima de incerteza que o Brasil promove a
Copa de Futebol e logo em seguida as eleições, aí sim, o grande momento
para o povo varrer do poder político os incompetentes arraigados nos
poderes Executivo e Legislativo do Brasil.
Quanto ao fuleco, é mascote da Copa do Mundo Fifa 2014, representa o
tatu-bola, uma espécie nativa do Brasil e que corre o risco de extinção.
O bicho não tem nada a ver com as lambanças governamentais na
organização do torneio, agora se depender das autoridades que aí estão,
corre sério risco de ser varrido por completo da terra num curto espaço
de tempo.
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