Semear
O velhinho estava cuidando da planta com todo o carinho.
O velhinho estava cuidando da planta com todo o carinho. O jovem aproximou-se dele e perguntou:
— Que planta é esta que o senhor está plantando?
— É uma jabuticabeira – respondeu o velho.
— E ela demora quanto tempo para dar frutos?
— Pelo menos uns 15 anos.
— E o senhor espera viver tanto tempo assim? – Perguntou irônico o rapaz.
— Não! Não creio que viva mais tanto tempo, pois já estoua no fim da minha jornada. – disse o ancião.
— Então, que vantagem o senhor leva com isso?
— Nenhuma, exceto a vantagem de saber que ninguém colheria jabuticabas se todos pensassem como você.
O fio da aranha
Certo homem morreu sem sinais de arrependimento pelas maldades cometidas. Por isso, acabou no inferno.
Certo homem morreu sem sinais de arrependimento pelas maldades
cometidas. Por isso, acabou no inferno. Ali sofria horrores e amarguras.
Um dia, porém, seu coração foi tocado pela luz do arrependimento. Ajoelhou-se diante dele um anjo e lhe disse:
— Deus ouviu o seu clamor. Mandou-me para ajudá-lo a sair destes
tormentos. Mas primeiro preciso lhe fazer uma pergunta: Você se recorda
de algum ato de caridade que tenha realizado em toda a sua vida?
— Ô Deus de misericórdia, tende piedade de mim, pois não me recordo
de nenhum ato de caridade que, porventura, tenha feito. Sou pecador e
fui cruel para com todos. Misericórdia!
— Deus olhou para a sua miséria. E como ele não pode vir aqui para
buscá-lo, você terá que subir por conta. Cairá um fio de aranha e,
agarrando-se a ele, poderá subir e sair deste sofrimento.
Depois de dizer isso, o anjo desapareceu e o homem viu baixar um fio
de aranha que ele chegou a duvidar que o suportaria. Incrédulo, agarrou o
fio e experimentou sua resistência. Verificada sua força, inici9ou a
escalada. Quando estava a uma boa altura, olhou para baixo e, cheio de
raiva, viu que outros homens subiam pelo mesmo fio.
Então, por chutar e a dar pontapés no primeiro que o seguia. Este,
por sua vez, resistindo ao ataque, revidava com socos. Possuídos pelo
sentimento de egoísmo, que não suporta a liberdade alheia, criaram uma
confusão tão grande que o fio se partiu devolvendo todos ao lugar de
origem. E ali continuaram padecendo.
Assim, o fio que seria suficiente para levar muitos ao paraíso,
rompeu-se com o peso do egoísmo que se aloja no coração do homem.
Os lençóis da vizinha
Um jovem casal, que acabara de se unir em casamento, resolveu começar nova vida em uma cidade do interior.
Um jovem casal, que acabara de se unir em casamento, resolveu começar nova vida em uma cidade do interior.
Todos os dias que a jovem dona de casa resolvia lavar os seus
lençóis, sua vizinha, uma dona de casa experiente, falava ao seu marido:
— Querido, veja só os lençóis da nossa vizinha! Como estão amarelos!
Será que ela não tem sabão para lavá-los? Se ela quiser, eu mesmo os
lavo.
Seu marido não falava nada...
Todas as vezes que a jovem vizinha lavava as suas roupas, a experiente dona de casa fazia o mesmo comentário.
Um certo dia, ao levantar, quão grande foi a surpresa da experiente
dona de casa ao ver que os lençóis de sua nova vizinha eram brancos.
Então, comentou com seu marido:
— Finalmente a vizinha comprou sabão e conseguiu deixar os seus lençóis mais brancos que a neve!!!
Ele, porém, sem mostrar nenhuma surpresa, respondeu:
— Não querida, é que hoje eu levantei mais cedo e lavei as vidraças da nossa casa...
Amigos que fazem inveja
Esta história aconteceu na Grécia antiga.
Esta história aconteceu na Grécia antiga. Um tirano condenou o jovem
Dámon à morte por ele ter-se negado a servi-lo como os outros. Contudo,
antes de cumprir a pena, o jovem pediu licença ao tirano para ir à sua
cidade, do outro lado do país, a fim de se despedir da família e
resolver alguns assuntos.
O seu melhor amigo, Pítias, ofereceu-se para ficar preso no seu lugar
até que Dámon voltasse. O tirano concordou, com a condição de que se
chegasse após o dia e a hora fixada, Pítias seria morto no lugar de
Dámon.
Ao ver-se livre, Dámon partiu a galope até desaparecer no horizonte. Os
dias passagem e Pítias, preço numa masmorra, era objeto de gozação dos
condenados:
— Estúpido! Bem feito! Pensas que o teu “amiguinho” vai voltar? Ele está aproveitando a vida em teu lugar.
O dia fatídico chegou. Às primeiras horas da manhã, os guardas
amarraram Pítias e o levaram à presença do tirano. Este, depois de rir
mais uma vez, ordenou que se cumprisse a sentença. Quando o carrasco
estava quase deixando cair o machado sobre o pescoço do jovem,
ouviram-se uns gritos que pediam para parar.
Era Dámon que chegava extenuado e sem forças. Infelizmente,
aconteceram vários contratempos pelo caminho que acabaram atrasando sua
chegada a ponto de temer pela vida do seu amigo.
Gastara todo o dinheiro na compra de um cavalo, que galopou tanto até
cair morto. Daí fez o resto do caminho a pé. Mas alcançou seu objetivo,
chegando antes da execução final. Os dois amigos abraçaram-se e
choraram de alegria.
O tirano, impressionado por este gesto, perdoou-o mesmo manifestando
inveja por eles terem encontrado um tesouro tão grande: a verdadeira
amizade.
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