Somente um ano após a morte do indígena Oziel Gabriel, deverá sair
solução definitiva para o conflito por terra na Reserva Buriti, em
Sidrolândia. Nesta quinta-feira (27), em reunião na Governadoria,
autoridades e produtores rurais fecharam cronograma de ações e definiram
6 de junho como prazo final para efetivar a compra de 15 mil hectares.
A pedido dos fazendeiros, o assessor do Ministério da Justiça,
Marcelo Veiga, deu mais 30 dias para apresentar contraproposta. O
Governo Federal ofereceu R$ 78 milhões pelas 31 propriedades da região,
mas os produtores reivindicam pelo menos R$ 150 milhões. “Se o valor for
comprovado por laudos e documentos, vamos pagar” disse Veiga.
De
acordo com o cronograma, os fazendeiros terão até 6 de abril para
apresentar a contraproposta, acompanhada de laudos. Depois, o Incra
(instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e a Funai
(Fundação Nacional do Índio) terão até 6 de maio para analisar o pedido
dos produtores. “De 6 de maio a 6 de junho, teremos para bater o martelo
e homologar em juízo a compra”, acrescentou o assessor do ministério.
Para
ele, a decisão de conceder mais prazo foi salutar. “Assim, vamos evitar
contestações”, explicou. Veiga destacou ainda que o modelo de
negociação será usado para resolver impasse nas demais regiões de
conflito do Estado.
Presente na reunião, o governador André Puccinelli (PMDB) frisou que o governo entrou na discussão e pediu o encontro de hoje a pedido dos produtores. “Eles se sentiram excluídos da negociação”, contou.
Presente na reunião, o governador André Puccinelli (PMDB) frisou que o governo entrou na discussão e pediu o encontro de hoje a pedido dos produtores. “Eles se sentiram excluídos da negociação”, contou.
O chefe do Executivo estadual ainda colocou
técnicos da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural)
à disposição dos fazendeiros e do Governo Federal e intimou a União a
cumprir a promessa de pagar pelas terras o valor correto. “Se houver
provas, vão ter que pagar mais”, afirmou.
O conflito
– Com 35 anos, Oziel morreu dia 30 de maio do ano passado, durante a
operação de reintegração de posse da Fazenda Buriti, que estava ocupada
por índios terena desde o dia 15 daquele mês. Eles se negavam a deixar a
propriedade, sob alegação de que a área é indígena.
O
proprietário da fazenda, Ricardo Bacha, conseguiu que a Justiça
concedesse a reintegração, que foi cumprida pela Polícia Federal, com
reforço da Cigcoe. O conflito durou cerca de oito horas e outros cinco
terenas ficaram feridos, quatro homens e uma mulher.
Nenhum comentário:
Postar um comentário