A punição de autores de crimes de violência sexual, entre eles o
estupro, em Mato Grosso do Sul, está comprometida pelo atraso de exames
realizados pelo IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal),
unidade da CGP (Coordenadoria-Geral de Perícias) do Estado.
Conforme o coordenador geral de pericias
do Estado, Nelson Fermino Júnior, exames que confirmam se uma pessoa
foi vítima de estupro e que comparam material genético de suspeito e
vítima são poucos complexos e costuma ficar prontos em até dois meses.
“Mas
não temos um prazo específico porque muitas vezes o quantitativo é
grande. Isso faz com que se extrapole um pouco os prazos. Em condições
normais, em geral, demora de um a dois meses. Mas ultimamente nossa
carga tem sido muito grande porque dezembro foi um mês complicado”,
disse Fermino.
Ele lembrou que casos
de corpos carbonizados, como os de Três Lagoas e de Rio Verde, atrasaram
um pouco os outros procedimentos do IMOL, entre eles o de vítimas de
estupro.
Para Tânia Regina Comerlato,
da coordenação Colegiada do Comcex (Comitê Estadual do Enfrentamento à
Violência Sexual), inúmeras são as consequências à vítima quando se
demora em investigar um caso de estupro.
“Tem
a questão física, emocional e outras, fora a questão da impunidade.
Quanto mais demora todo o processo, mais a vítima sofre”, opinou. Ela
lembrou que o Comcex tem uma reivindicação antiga com o Poder Público do
Estado em relação ao método de trabalho do IMOL.
“Há
cerca de 15 anos lutamos para que o IMOL tenha um atendimento
especializado e ágil com as vítimas de estupro. Eles, muitas vezes,
empurram os casos e causam um caos social”, emendou.
Delegada
que investiga um caso de estupro na Capital, Suzimar Batistela, da Deam
(Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) disse em entrevista
recente, no último dia 17, que cobra do IMOL, todas as semanas,
resultados de exames feitos em vítimas e s
“Ao menos uma vez por semana cobramos,
mas a demanda parece que está grande”, disse sobre o caso de uma jovem
de 22 anos estuprada na loja em que trabalhava, no Parque Novos Estados,
em Campo Grande, no dia 16 de janeiro deste ano.
Casos de estupro –
Dados da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública)
revelam que entre os dias 1º de janeiro e 15 de fevereiro de 2014,
ocorreram 21 casos de estupro em Campo Grande.
No
mesmo período do ano anterior foram 56 estupros na Capital. Em 2012,
também de 1º de janeiro e 15 de fevereiro, 33 pessoas foram violentadas
na cidade.
uspeitos de crime.
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