Os
vereadores de Campo Grande podem ser despejados em 21 dias caso não
seja paga dívida de R$ 13 milhões em alugueis atrasados desde 2005, do
prédio que ocupam na Rua Ricardo Brandão, no Bairro Jatiuka Park. A
responsabilidade por quitar o débito é do prefeito Alcides Bernal (PP)
que prometeu solução, mas até agora não abriu negociação com a Haddad
Engenheiros Associados, que é proprietária do imóvel.
De
acordo com o advogado da locatária, André Borges, não está descartado o
pedido de despejo, uma vez que ainda não houve negociação para a
permanência dos parlamentares, condicionada ao pagamento dos aluguéis
atrasados.
“O
réu no processo é a Prefeitura, que perdeu em todas as instâncias. O
prazo está correndo para despejo e encerra no dia 11 de março. Há
interesse dos proprietários em negociar o pagamento das dívidas e firmar
novo contrato de locação”, comenta André.
De
acordo com o defensor da Haddad Engenheiros, está descartada a
possibilidade de desapropriação do imóvel, avaliado em mais de R$ 16
milhões. No entanto, a empresa possui interesse em continuar alugando o
espaço “para a Câmara ou outro inquilino que pague aluguel”.
“É
uma dificuldade que não querem resolver. Um dia antes do prazo vamos
pedir um mandado de despejo e lamentar muito por isso, pois será feio
para nossa cidade e um caso inédito no Brasil”, ressalta.
Bernal
prometeu, em 20 de novembro do ano passado, a construção de um Parque
Administrativo, que estaria pronto em seis meses. Até o momento, a obra
não teve início. Outras três propostas também foram apresentadas pelo
presidente da Planurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano),
Valter Cortez, mas nenhuma foi divulgada ou mesmo aprovada até o
momento.
Outras opções – Desde
o ano passado diversas soluções têm sido apresentadas pelos vereadores
para resolver o impasse dos aluguéis atrasados. A proprietária do imóvel
entrou na Justiça, em 2007, para receber os valores em débito, mas até o
momento não obteve êxito e tem a possibilidade de despejar os
inquilinos.
O
líder do prefeito, Marcos Alex (PT), sugere que a Câmara possa migrar
para o Centro de Belas Artes, o desativado Hotel Campo Grande, na 13 de
Maio, ou aguardar pelo novo paço municipal que pode ser construído na
Avenida Duque de Caxias, próximo a área militar.
Para
o petista, é preciso que Bernal saia do “conjunto vazio” para dar mais
segurança aos legisladores e que orienta que a proposta do novo espaço
“só não pode isolar a Câmara”.
Por
outro lado, o presidente da Casa de Leis, Mario Cesar (PMDB), cogitou
na semana passada que, ante a iminência de despejo, uma das soluções
seria colocar uma tenda na Praça do Rádio Clube para que os trabalhos
tivessem continuidade.
“Não
há nada de concreto e a culpa da situação que vivemos é do prefeito de
Campo Grande, não apenas dessa gestão que precisa resolver o problema.
Não vamos ficar sem trabalhar”, comentou Mario, esperando que tal fato
não se concretize.
Ainda a fim de ajudar o Executivo a quitar a dívida com a Haddad
Engenheiros Associados, a Câmara chegou a devolver mais de R$ 8 milhões
do duodécimo em 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário